sexta-feira, 20 de maio de 2016

Tempo com a família ou tempo em família?

Estamos em uma era digital, e como podemos observar as mídias sociais tem tomado muito tempo de nossa vida. Se eu te perguntar: quanto tempo você passa olhando o facebook? Quanto tempo você passa lendo e respondendo o watzap? Quanto tempo no twitter, ou em inúmeros outras mídias sociais? O que você me responderia?  
Hoje muitos usam da mídia social como forma de divulgar seu trabalho, como é o meu caso, ou como hobby. E na verdade não existe problema em você usar a internet e as mídias sociais, o problema estar quanto ela tira o privilégio de está com pessoas que merecem o seu tempo de qualidade.
Imagino que você ao ler esse post é pai, mãe, filho, irmão, enfim, em qualquer laço familiar, nós temos a necessidade de um tempo em família. E hoje vou diferenciar o tempo com a família e o tempo em família. Sabe quando, na sua casa, vocês estão almoçando juntos, mas separados?Explicando melhor, um está no sofá assistindo TV, outro está fazendo a comida, outro já está comendo na mesa, e outro ainda, comendo e respondendo o watzap. Ou ainda, quando todos estão sentados à mesa e ninguém fala com ninguém pois todos estão com o celular na mão e olhando para ele. Acredito que, se você não vivenciou isso na sua casa, você já foi em algum lugar assim, e esse é o exemplo de tempo com a família. 
Para falar do tempo em família vou descrever aqui algumas necessidades de todo ser humano baseado no livro Distúrbios Neuróticos da Criança de HAIM GRUNSPUN (1987). No primeiro ano de vida a criança tem necessidade de de afeto principalmente da figura materna. Estudos realizados sobre a falta de afeto mostra os índices de mortalidade de crianças institucionalizadas é de 95% em contrapartida, para crianças que vivem em ambiente familiar esse índice é de 15% . No segundo e terceiro ano de vida existe a necessidade de socialização familiar com o pai e outros familiares, e de experimentar objetos novos. No quarto ano a criança tem a necessidade de liderar e de ser liderado, e nessa fase passa a jogar e brincar com outras crianças. Em todos esses casos e até a vida adulta a presença do afeto familiar é de suma importância para o desenvolvimento emocional, psicológico e sócio-afetivo da criança e/ou adolescente.
E é baseado nessa teoria que intitulei aqui o tempo em família como o tempo em que os pais passam com os filhos, e irmãos entre si, onde há o carinho mútuo, as conversas, as brincadeiras, será o tempo de rir e se divertir. E não falo aqui de quantidade de tempo, pois não terá nenhum efeito passar horas a fio com sua família se não houver qualidade e entrosamento. Esse é o momento em que você para tudo o que está fazendo e dedica um tempo somente para sua família, sem distrações, um momento em que realmente o seu filho/filha vai se sentir importante e amado (a).
Nos dias em que a internet e as mídias sociais estão tomando o nosso tempo, temos que nos posicionar e fazer diferente se quisermos uma sociedade melhor no futuro. E aqui vai a pergunta que não quer calar: quanto tempo você passa com seus filhos? Quanto tempo você passa em família?  E hoje você pode fazer uma escolha: continuará tendo apenas um tempo com a família, ou seu tempo será em família?

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terça-feira, 10 de maio de 2016

Aprendendo a dizer NÃO



Olá querido (a) leitor (a),

Hoje vou falar de um assunto que nos deixa um pouco angustiados e ás vezes sem saber o que fazer. Para algumas pessoas dizer "NÃO" pode até ser tarefa fácil, para outras porém, que pode ser você, essa palavrinha gera uma série de sentimentos que muita das vezes não sabemos lidar.
De uma forma geral, aprendemos a dizer não desde pequenos, quando nossos pais diziam não para algumas coisas que queríamos fazer e não pudíamos, daí o sentimento de frustração que gira em torno dessa palavra. Toda vez que nos deparamos com uma situação que temos que dizer não, mesmo que inconscientemente, nos lembramos dessas frustrações do passado.
Quando entramos na vida adulta continuamos a nos deparar com essa situação frustante, tanto de receber um NÃO, tanto de dizer. Com isso muitas pessoas têm se prejudicado e prejudicado outras pessoas pela incapacidade de dizer não. Dizer NÃO é necessário em alguns momentos da nossa vida para que possamos viver de forma equilibrada. Mas você deve está se perguntando, como eu posso conseguir desenvolver isso?
O primeiro passo é saber o que realmente é prioridade para você, quais são os seus objetivos e como fazer para alcançá-los, quais são as suas convicções, e para você que é pai ou mãe, o que você espera do futuro do seu filho? O segundo passo para aprender a dizer NÃO, é saber aquilo que você irá dizer sim. Depois de feito isso, é colocar em prática o exercício do NÃO.
No caso dos pais, existe na criação dos filhos uma palavra chamada 'superindulgência", que significa em satisfazer todos os desejos e caprichos dos seus filhos e está ligada á atitude de superproteção, e também a "superpermissividade", que são os pais que deixam a criança fazer tudo que quiser, geralmente por negligência ou por culpa de fases anteriores que existiram prejuízo para criança. Em ambos os casos os pais estão impedindo que a criança passe pela frustração de receber um NÃO, e isso gera prejuízos enormes para criança, tendo em vista que na vida social ela terá que lidar com um sentimento de frustração e se ela não recebe isso em casa, não saberá lidar quando, por exemplo, for para escola ou estiver em local público. Quem nunca presenciou, ou quem sabe você que é mãe e pai já passou por isso, de uma criança num shopping, chorando, se jogando no chão, e fazendo um escândalo porque recebeu um NÃO. E no final os pais acabam fazendo o que eles querem para evitar a vergonha. Essas atitudes só afirmam o comportamento da criança e impedem eles de crescerem seguros e flexíveis.
Dizer NÃO é algo precioso para vida dos filhos, essa palavra está intimamente ligada ao tipo de educação que você irá estabelecer para seu filho e como ele será no futuro.Sei que para uma mãe e um pai, ás vezes, não é tarefa fácil frustar o seu filho, mas pense que é para o bem dele. Comece de casa, use o NÃO e consequências negativas se continuar fazendo aquilo que foi negado, faça regras visíveis do que pode e não pode, de preferência com figuras e as consequências se as regras forem quebradas, tenha uma rotina com seus filhos, isso ajuda eles a se submeterem as regras. Quando for sair de casa explique que as regras continuam valendo. Seja firme e não seda a choros e birras. Lembre-se que você está criando seu filho para viver em uma sociedade e que tudo que fizer hoje irá refletir no futuro de seus filhos.

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terça-feira, 3 de maio de 2016

Síndrome do filho mais velho


Talvez você nunca tenha ouvido falar sobre essa síndrome, e na verdade, foi o nome que eu dei aos comportamentos de crianças que são filhos mais velhos e que apresentam dificuldades em relação aos atributos de ser mais velho.

No consultório de psicologia recebo crianças que são irmãos mais velhos e que desenvolveram algumas dificuldades de relacionamento com os pais e com os irmãos pelo fato de serem mais cobrados que os outros irmãos, de ser, segundo eles, menos amados pela família, de ter a sua intimidade invadida pelos irmãos. Diante disso, vamos falar um pouco sobre como lidar com esses conflitos entre irmãos.

Se perguntarmos os pais que têm mais de um filho sobre o quanto os ama, com certeza respondem que os ama de igual maneira. E de fato não tenho dúvida disso. Mas acontece que o primeiro filho geralmente é muito esperado, é o que teve por algum tempo o carinho só para ele, a atenção só para ele, e os pais só amavam ele. Depois que vem o segundo esse amor é dividido e aí começa a síndrome do irmão mais velho. Por mais que os pais queiram, a atenção não é mais a mesma, a cobrança para ter um comportamento adequado é maior, e quando eles estão maiores geralmente a responsabilidade de cuidar do irmão e de fazer tarefas que o irmão mais novo não faz. 

Temos um exemplo bíblico da parábola do filho pródigo (Lucas 15: 11-32). Nesse contexto o pai faz uma festa para o filho mais novo que o tinha deixado mas estava voltando para casa e o irmão mais velho cheio egoísmo e inveja do irmão mais novo critica o seu pai. Isso deixa claro os sentimentos que ás vezes se passa na cabeça dos irmãos mais velhos, e muitas vezes eles não falam, e com isso tenho recebido esses casos no consultório.

Mas quero deixar claro que ser irmão mais velho e os atributos disso não é ruim, o preocupante é quando os pais não sabem lidar.

Pesquisas feitas mostram que irmãos mais velhos têm capacidade de desenvolver muito mais suas habilidades cognitivas. A maioria esmagadora dos presidentes americanos e ganhadores do prêmio Nobel eram primogênitos, assim como 21 dos 23 primeiros astronautas da NASA. Outras pesquisas ainda indicam que filhos mais velhos, em sua maioria, possuem traços da personalidade como seriedade e responsabilidade, mais sensíveis a regras e expectativa dos pais, e têm tendência a assumir cargos de liderança.
Nesse sentido o importante aqui é que os pais busquem reforçar essas características positivas de ser irmão mais velho. E a pergunta é como fazer isso? Os pais se veem sem saber o que fazer, como lidar com isso, como cuidar dos filhos demostrando a sua importância. A primeira coisa a se fazer é falar com os filhos do amor que sentem por eles, e depois demonstrar esse amor. O filho mais velho, geralmente é o mais cobrado então é necessário ter um momento com ele em que não haverá cobrança demasiadamente, ter um momento só dos pais e o mais velho sem dúvida vai ajudá-lo a romper com essa síndrome. O segundo passo é reforçar as qualidades dos seus filhos, no caso do mais velho, falar para ele o quanto ele é bom em alguma coisa que realmente é bom. E por último os pais devem, sempre que possível ter um momento em família, um almoço junto com todos os filhos, passear para algum lugar, ir no parque, enfim é necessário promover o amor e a interação entre todos da família. 
Nos atuais dias em que a família não está sendo valorizada, os pais tem a responsabilidade em suas mãos de criar seus filhos para que, no futuro, essa semente plantada venha germinar e dar frutos.

Deixe seu comentário com assuntos que gostaria que seja escrito na próxima publicação.

sábado, 30 de abril de 2016

Bullying - alerta para os pais

Hoje vou falar um pouco sobre um tema bem atual porém é causa de algumas dúvidas também. Todos nós estivemos ou estamos no contexto escolar e quem nunca foi "zoado", quem nunca teve um apelido engraçado ou colocou apelido em alguém, quem nunca brigou ou quase brigou na escola em algum momento. Me lembro de inúmeras vezes passar por isso na escola, portanto não era falado sobre bullying, ao contrário, essas brincadeiras eram tidas como normais e naturais no contexto escolar. Mas o questionamento é: isso não era bullying? Se todos passaram ou passam por isso, pode ser tido como algo perigoso? Qual o limiar entre brincadeiras e bullying?
A palavra Bully é de origem americana, que quer dizer valentão, brigão. O termo bullying é definido como um conjunto de atitudes de violência física, verbal e/ou psicológica, de caráter intencional e repetitivo, praticado por um Bully (agressor) contra uma ou mais vítimas que se encontram impossibilitadas de se defender.
Então podemos chegar à conclusão que o bullying é o agente causador de sofrimento e é isso que o diferencia das brincadeiras que acontecem na escola. Aquele que sofre o bullying, quase sempre não reage, sofre calado, perde a vontade de ir para escola, e passa a se excluir do convívio social. 
O alerta aqui é para os pais, que estejam atentos aos seus filhos, ao notar a perda repentina de vontade de ir a escola, desejo de ficar sozinho e tristeza procurem conversar com ele, buscar a escola para saber o que está acontecendo. 
Para quem sofre bullying, o melhor caminho é falar, se comunicar com os pais e com as autoridades da escola, porque sofrer calado não é o melhor caminho, e a tendência é que a violência aumente. 
Podemos aqui escrever sobre vários casos que aparecem na mídia de crianças e adolescentes que chegam ao extremo do sofrimento e alguns casos são levados á polícia, outros ainda piores, como acontece muito frequentemente em outros países, levando a morte de pessoas inocentes e o suicídio. Mas devemos trabalhar a prevenção para que a prática do bullying não chegue a conseqüências extremas.
Minha expectativa é que atitudes como essa venham ser combatidas desde o núcleo familiar até o ambiente escolar, para que o local onde aprendemos, crescemos como indivíduos sócio afetivos, não venha se tornar um local de massacre e violência contínua.

Ajudem a divulgar e combater a prática do bullying.

Comentem abaixo e deixem assuntos que gostariam que fosse falado aqui no blog.